João Vitor Cadillo, 42
anos, não sabe o que é comprar carne vermelha em casa há meses. Desempregado, o
ambulante peruano que vive no Brasil há mais de 20 anos tomou uma decisão
difícil junto com sua esposa: preparar Bruna, a filha de 11 anos, para voltar
às aulas presenciais em meio à pandemia. Além de se preocupar com a falta de
adaptação com o ensino à distância, ele teme pela alimentação da primogênita, que
está na pré-adolescência. Bruna tem ido a uma escola estadual na periferia de
Franco da Rocha, na Grande São Paulo, uma vez por semana, das 7h às 12h30.
Lá, ela se serve de pão com manteiga e leite com achocolatado no café da manhã
e macarrão no almoço. “Ela precisa se alimentar direitinho, está em fase de
crescimento. Lá [na escola] eles fazem uma comida saudável”, diz o pai. Para
levar comida para casa, Cadillo analisa os preços dos alimentos em folhetos de
supermercado e vai onde está mais barato. Aos domingos, vai ao fim da feira
para comprar verduras, legumes e peixes mais baratos, a popular xepa.
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