As tentativas e ameaças do presidente Jair Bolsonaro de interferir em
órgãos de controle e combate à corrupção como Polícia Federal, Receita Federal
e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) causaram uma divisão
inédita na base bolsonarista nas redes sociais, mas até agora não refletiu em
perda de apoio substancial ao governo. A
conclusão é da startup Arquimedes, que analisou 150 mil postagens no Twitter
sobre o assunto desde segunda-feira, 16, quando a divisão ficou clara. Na
quarta-feira, 18, Bolsonaro desistiu de tirar Maurício Valeixo da direção-geral
da Polícia Federal, uma das principais queixas dos descontentes que viam na
atitude do presidente uma manobra para proteger o filho e senador Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ), alvo de investigações por peculato, lavagem de dinheiro e
organização criminosa. Segundo Pedro Bruzzi, fundador da Arquimedes, a
militância bolsonarista se dividiu em três grupos na rede ao longo da semana. O
primeiro composto por entusiastas da CPI da Lava Toga, o segundo pelos que não
acham a CPI necessária e o terceiro, menor, dos "isentões". “É o primeiro evento que a gente vê acontecer
dessa maneira”, disse Bruzzi, que integrava o Departamento de Análise de
Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A mobilização em torno do tema surgiu com a
entrevista da senadora Selma Arruda (MT) ao Estado, domingo, 15, na qual ela
disse que deixaria o PSL, partido do presidente, por ter sofrido pressões de
Flávio para retirar sua assinatura da CPI. Ela se filiou ao Podemos. No dia seguinte, o líder do PSL no Senado,
Major Olímpio (SP), aumentou a temperatura ao dizer à Coluna do Estadão que
quem deveria deixar o partido é o filho do presidente e não a senadora. Segundo o levantamento da Arquimedes, perfis
influentes como os do advogado Modesto Carvalhosa, do jornalista Felipe Moura
Brasil, da deputada estadual Janaína Pascoal (PSL-SP) e do youtuber Nando Moura
– que já foi citado pelo próprio Bolsonaro como fonte confiável de informação –
foram às redes para defender a Lava Toga e criticar o presidente.
21 setembro 2019
Reginaldo Monteiro

Administrador do Blog

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