Partidos que abrigam os principais alvos da Operação Lava Jato, PMDB, PT
e PP ainda não indicaram os nomes de parlamentares para compor a comissão
especial responsável pela tramitação dos projetos anticorrupção na Câmara. Duas
semanas após a autorização para criar o colegiado, PSC e PCdoB também não
apresentaram os nomes. A falta das indicações é apontada como o motivo pelo
qual o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), ainda não liberou
o início dos trabalhos. Os projetos das "10 Medidas contra a
Corrupção" foram apresentados ao Congresso em março, por iniciativa do
Ministério Público Federal e entidades que recolheram mais de 2 milhões de
assinaturas. Até agora, 14 partidos (PTN, SD, PRB, PHS, DEM, PTB, PR, PSD,
PROS, PV, PSDB, PSB, PDT e REDE) apresentaram 18 membros titulares. Faltam
ainda outros 12 nomes. Segundo a Mesa Diretora da Casa e assessores de
Maranhão, ele aguarda todos os líderes indicarem seus representantes. Técnicos
das comissões especiais, contudo, dizem que o colegiado não precisaria estar
completo para ser instalado, dependeria apenas de "vontade política".
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disse que não há orientação
do Palácio do Planalto para dar celeridade à instalação do colegiado. "Não
tive nenhuma orientação do governo nem favorável nem contra. A prioridade é
pauta econômica, que é a pauta do momento, mas também não há nenhuma restrição
para essa comissão", afirmou. Ex-ministro do governo Michel Temer e
investigado na Lava Jato, Romero Jucá (PMDB-RR) também reforça que a prioridade
do governo agora não são as medidas anticorrupção."A pauta do governo
agora é econômica."
(Estadão Conteúdo)