Eles quebram urnas de
votação. Eles trocam tapas. Eles se empurram, se xingam e se insultam. Eles
gritam e praguejam uns com os outros. Tudo isso dentro do Congresso Nacional.
Não são vândalos, são deputados. Alguns até se empolgam com os registros da
imprensa e chegam a se vangloriar da própria performance nos cafezinhos da
casa. A valentia em rede nacional massageia o ego e rende piadas nos bastidores.
Nas últimas semanas, esse comportamento tornou-se tão recorrente que já perdeu
o caráter de novidade. A partir da deflagração do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, as baixarias entre parlamentares parecem quase parte
da rotina nas discussões. Quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu fazer fechada
a votação para escolha das indicações para a comissão especial, alguns
deputados ligados à base quebraram urnas para usar o tumulto como ferramenta de
protesto. Nada que impressionasse quem anda acompanhando as sessões que tentam
inutilmente votar se Eduardo Cunha será ou não investigado pelo Conselho de
Ética da Casa. A missão parece impossível e cansa a paciência de quem por ali
passa. No centro dos holofotes, os deputados não têm nenhum pudor em protagonizar
mais baixaria. Na última quinta-feira, Zé Geraldo (PT-PA) e Wellington Roberto
(PR-PB) trocaram tapas e insultos.
(Último Segundo)