Um menino de 5 anos foi sequestrado nessa segunda-feira (10) pelo próprio pai em Campos Novos Paulista e mantido refém em hotel de Santa Cruz do Rio Pardo. A negociação para libertação da criança mobilizou a Polícia Civil e o Ministério Público (MP) e durou aproximadamente quatro horas. Segundo a polícia, o homem não se conformava com a separação e ameaçava matar o filho se a ex-mulher não retirasse queixas de agressão contra ele. De acordo com o delegado Antônio José Fernandes Vieira, que responde pelo expediente em Campos Novos Paulista, o menino foi sequestrado pelo pai Erasmo Rogério Tieni, 47 anos, quando chegava de ônibus na escola, por volta das 7h. Os pais da criança se separaram há cerca de quatro meses e, desde então, o homem mora em Maringá, no Paraná. “Foi registrada a ocorrência e, através de investigação, eu e mais dois investigadores de Ourinhos conseguimos localizá-lo, por volta de 12h30, em um hotel em Santa Cruz do Rio Pardo. Só que, na hora em que ele nos viu, ele se trancou no quarto e, com a faca, ameaçava matar a criança”, conta. “Ele queria que a ex-mulher retirasse ocorrências contra ele”. Em razão das frequentes ameaças que vinha sofrendo após o fim do casamento, a ex-mulher de Erasmo registrou boletim de ocorrência contra ele com base na Lei Maria da Penha requerendo a concessão de medida protetiva que o impedia de aproximar-se dela e do filho. O pedido foi deferido pela Justiça, deixando o homem inconformado. Após mais de uma hora de negociações, a promotora de Justiça de Santa Cruz do Rio Pardo Renata Gonçalves Catalano entrou no caso para tentar convencer Erasmo a libertar o filho e se entregar. “Ele não aceitava nem a aproximação dos policiais. Ele tinha medo de sair preso”, revela. “Eu consegui ficar calma, conversar e ganhar a confiança dele”. “Na hora em que ele abriu a porta, o menino pisou para fora do quarto e o policial que estava disfarçado de advogado o segurou, pegou ele no colo e saiu correndo. O outro policial foi lá e imobilizou o pai”, declara. No total, foram cerca de quatro horas de tensas negociações.
(JCnet)