Em depoimentos da delação premiada, Sérgio Machado, ex-presidente
da Transpetro, disse que distribuiu mais de R$ 70 milhões em propina de
contratos da estatal para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-senador José Sarney (PMDB-AP), entre
outros líderes do PMDB. Segundo Machado, o valor mais expressivo, de R$ 30
milhões, foi destinado a Renan, o principal responsável pela indicação dele para
a presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobras e maior empresa de
transporte de combustível do país. Machado disse ainda que repassou
aproximadamente R$ 20 milhões para Sarney durante o período que esteve à frente
da estatal. Romero Jucá, que ficou uma semana como ministro do Planejamento do
governo Michel Temer, também recebeu aproximadamente R$ 20 milhões. Machado
fala sobre altas somas em propinas com autoridade. A partir do acordo de
delação, ele próprio se comprometeu a devolver aproximadamente R$ 100 milhões,
fortuna acumulada com desvios de contratos entre grandes empresas e a
Transpetro. Machado disse que abasteceu também as contas dos senadores Edison
Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PR). As acusações são consideradas
devastadoras porque Machado indicou os contratos fraudados e os caminhos
percorridos pelo dinheiro até chegar aos parlamentares.
(O Globo)