25 julho 2015

DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA: "Somos triplamente discriminadas"

Há 23 anos, em 25 de julho de 1992, acontecia pela primeira vez um encontro de mulheres negras latino-americanas e caribenhas nas terras de Santo Domingo, na República Dominicana. Foi quando instituiu-se um dia em memória a todas elas e suas lutas. Para a professora mineira Luana Tolentino, 25 de julho é um dia para comemorar as conquistas das mulheres negras, assim como também é um momento de reflexão, de luta por mais direitos e de denunciar a situação de opressão e de desvantagem em que vivem as mulheres negras, não só no Brasil, mas em toda a América Latina e no Caribe. Na última década, é perceptível o aumento significativo de políticas públicas em benefício de jovens, mulheres e homens negros, como a criação da Secretaria da Igualdade Racial e o sistema de cotas. "Ainda temos um caminho longo e tortuoso para percorrer, mas os avanços e as mudanças ocorridas nos últimos anos me deixam bastante esperançosa de que podemos, sim, construir um país melhor para todos nós”, aponta ela. Mesmo com a humildade e o otimismo de quem aguarda dias mais justos, Luana pensa que a sociedade brasileira ainda precisa passar por um processo de reeducação: “Uma educação antirracista e antissexista, ou como nas palavras da médica e feminista Fátima Oliveira ‘o nosso país precisa passar por uma faxina moral’”. É necessário assumir que o Brasil é um país extremamente racista, o que ocasiona a exclusão e a marginalização de mais da metade da população. É inaceitável que ainda hoje as negras tenham menor escolaridade, recebam menores salários e apresentem índices maiores de mortalidade materna, quando comparadas a mulheres brancas.
(IG)
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