O aumento da idade mínima para se aposentar veio para ficar não só no
Brasil, mas em boa parte dos países onde morre-se cada vez mais tarde. Nas
reformas do sistema de aposentadorias, o mundo desenvolvido está abandonando antigas
fórmulas para acompanhar o avanço da expectativa de vida. No Brasil, o cálculo progressivo da fórmula 85/95 pode sofrer novas
mudanças em alguns anos para corrigir, mais uma vez, a distorção gerada pelo
envelhecimento da população, que ao subir aumenta o déficit da Previdência,
prevê o especialista em longevidade da Mongeral Aegon, Andrea Levy. “Nosso
modelo ainda permite aposentar-se com 60 anos, enquanto os europeus já
trabalham com uma faixa entre 65 e 69 anos para pedir o benefício”, diz o
especialista. Para Levy, a tendência é a expectativa de vida do brasileiro se
aproxime dos países europeus, aumentando a necessidade de retardar a idade
mínima da aposentadoria. A distorção nas contas da Previdência ocorre porque,
quanto mais tempo o brasileiro vive, maior o período em que ele recebe o
benefício em relação ao tempo de contribuição, os cofres do INSS. “A conta não está mais fechando”, comenta Levy. Entre
1980 e 2013, a expectativa de vida ao nascer no Brasil passou de 62,5 anos para 74,9 anos, um
aumento de 12,4 anos, segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
(G1)