“E nós vamos na direção da liberal
democracia, nós vamos abrir a economia, nós vamos simplificar impostos. Nós
vamos privatizar, nós vamos descentralizar os recursos para Estados e
municípios." As promessas feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes,
em seu discurso de posse no dia 2 de janeiro de 2019 arrancaram palmas da plateia.
Um ano e meio depois, porém, o "choque liberal" prometido ficou
apenas no papel. Apesar de ter usado o termo "liberal" oito vezes
naquele dia, houve poucos avanços nesse sentido. Dos três pilares anunciados
para a liberalização da economia - reforma da Previdência, tributária e
privatizações -, apenas a mudança nas aposentadorias foi para frente, ainda
assim sem a capitalização (espécie de poupança que o próprio trabalhador faz
para assegurar a aposentadoria no futuro) defendida pelo ministro. Nesta
semana, depois de muito atraso, Guedes enviou ao Congresso apenas a primeira
parte de sua reforma tributária. Se no discurso chegou a falar de unificar
"sete, oito impostos ", o projeto apresentado juntou apenas o PIS e a
Cofins (uma ideia há muito estudada na Receita Federal) e criou a Contribuição
Social sobre Operação com Bens e Serviços (CBS). "Guedes segue o padrão
Bolsonaro. Não faz muita coisa. Tem muita espuma, mas não tem muito
resultado", disse o economista Simão Davi Silber, professor da Universidade
de São Paulo (USP). Especialistas ouvidos pelo Estadão citaram,
entre as razões para a falta de avanço das propostas mencionadas por Guedes,
demora na formulação de medidas, falta de articulação política e criação de
expectativas sem lastro na realidade provocada por promessas do ministro.
28 julho 2020
Reginaldo Monteiro

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