28 julho 2020

ESTUDO: Adolescentes vítimas de trabalho infantil e do tráfico


Milhares de jovens que trabalham para o tráfico de drogas no Brasil vivem a dicotomia de serem considerados vítima de trabalho infantil ou criminosos, segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC). O estudo, uma das primeiras instituições acadêmicas inteiramente dedicadas ao campo da segurança pública no país, mostrou que milhares de adolescentes com idade entre 12 e 17 anos trabalham para o tráfico de drogas passam por turnos de até 14 horas de trabalho, seis dias por semana, no país. Estes jovens recebem baixos salários, geralmente calculados como comissões sobre a mercadoria vendida, e estão em exposição permanente à violência para ajudar a sustentar suas famílias ou obter os objetos desejados que sua condição econômica não lhes permite adquirir. A maioria, destacou a pesquisa, tem em comum a falta de oportunidades, um problema que o Estado brasileiro não conseguiu preencher e que, com o tempo, cresce cada vez mais. "São adolescentes que começam muito jovens no mercado de trabalho e têm os direitos mais básicos negados, como o acesso à educação", disse à Efe a socióloga e antropóloga Paula Napolião, coordenadora da pesquisa do CESeC "Ganhar vida, perder a liberdade". O Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, com 210 milhões de habitantes, mas 40% daqueles com mais de 25 anos não completaram os ciclos da educação básica, segundo dados oficiais. Embora não haja dados que totalizem o número de menores ligados ao narcotráfico no país, no Rio de Janeiro, estima-se que 2.500 adolescentes estejam em centros socioeducativos por esse motivo.
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