R$ 92,2 mil — esse foi o total que
Nelson Alves Rabello, assessor do gabinete do então deputado federal Jair
Bolsonaro (PSL), recebeu dos cofres públicos durante os 19 meses em que foi
secretário parlamentar nível 18 da Câmara dos Deputados. Quanto maior o nível
do funcionário, maior o salário, que atualmente parte de pouco mais de R$ 1 mil
para até mais de R$ 15 mil, fora auxílios e vantagens indenizatórias. O problema:
durante todo esse período, Rabello não teve registro de entrada na Câmara,
segundo informação inédita que a Agência Pública obteve
via Lei de Acesso à Informação. O ex-funcionário de Jair está na lista das 95
pessoas e empresas que tiveram sigilo bancário quebrado na investigação do
Ministério Público do Rio sobre as movimentações financeiras do senador
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). A Pública pediu à Câmara dos Deputados informações
sobre o registro de entrada de diversos assessores de Jair Bolsonaro na Câmara.
Além de Rabello , a reportagem descobriu que outros cinco
assessores não tiveram registro de emissão de crachá durante o período de 2015
a 2018, último mandato do presidente como deputado federal. Além destes seis
nomes, a Pública já havia revelado outras cinco assessoras
nas mesmas condições. Portanto, agora são 11 os assessores de
Bolsonaro que receberam dinheiro público sem ter colocado os pés nas
dependências da Câmara. Nelson Rabello é um dos assessores mais longevos da família
Bolsonaro. O primeiro registro como funcionário do atual presidente,
disponível no site da Câmara, é de 2005. À época, ele era assessor de nível 8.
Durante seis anos como secretário parlamentar, Rabello foi promovido até
alcançar o nível 26. Segundo a Folha de S. Paulo, Rabello é tenente da reserva
do Exército e teria servido junto a Jair nas Forças Armadas. Em maio de 2011,
Rabello deixou o gabinete de Jair e trabalhou até agosto daquele ano com o
filho Flávio, na Assembleia do Rio. Em seguida, deixou o gabinete de Flávio
para trabalhar com Carlos, onde ficou até 2017. Em junho de 2017, Rabello
voltou a trabalhar na Câmara com então deputado Jair Bolsonaro. Nesse último
período, apesar de ter recebido R$ 92,2 mil líquidos — incluindo um
auxílio-alimentação mensal de R$ 982,29 — o funcionário não emitiu crachá de
entrada no órgão.
17 maio 2019
Reginaldo Monteiro

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