O engenheiro Luiz Carlos Martins, ligado à Camargo Corrêa e delator da
Operação Lava Jato, relatou compromisso de R$ 21 milhões em propina com PT e
PMDB sobre as obras da Usina de Belo Monte. O engenheiro fechou delação
premiada na Lava Jato em meados do ano passado e prestou novo depoimento em 30
de março deste ano. Martins reiterou todas as informações prestadas em sua
colaboração. Ele relatou que, em 2011, levou ao então presidente da Camargo
Corrêa, Dalton Avancini, a "cobrança" que lhe havia sido feita pelo
então presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra. "No sentido
de que 1% dos valores desembolsados no contrato das obras civis de Belo Monte
deveria ser encaminhado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB); que, complementando, afirma que a
participação da Camargo Corrêa no empreendimento compreendia 16% no consórcio
construtor (CCBM), pelo que lhe caberia o pagamento de R$ 21 milhões a título
de propina aos citados partidos, 50% para cada", relatou. O engenheiro
disse que, ao levar "tal demanda" a Avancini, foi orientado a tratar
exclusivamente dos pagamentos relacionados ao PMDB, "sendo que os valores
a serem direcionados ao PT o próprio presidente disse que iria resolver",
afirmou.
(IG)