15 junho 2016

Delator diz que deu propina de R$ 21 milhões a PT e PMDB para obra de Belo Monte

O engenheiro Luiz Carlos Martins, ligado à Camargo Corrêa e delator da Operação Lava Jato, relatou compromisso de R$ 21 milhões em propina com PT e PMDB sobre as obras da Usina de Belo Monte. O engenheiro fechou delação premiada na Lava Jato em meados do ano passado e prestou novo depoimento em 30 de março deste ano. Martins reiterou todas as informações prestadas em sua colaboração. Ele relatou que, em 2011, levou ao então presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, a "cobrança" que lhe havia sido feita pelo então presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra. "No sentido de que 1% dos valores desembolsados no contrato das obras civis de Belo Monte deveria ser encaminhado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB); que, complementando, afirma que a participação da Camargo Corrêa no empreendimento compreendia 16% no consórcio construtor (CCBM), pelo que lhe caberia o pagamento de R$ 21 milhões a título de propina aos citados partidos, 50% para cada", relatou. O engenheiro disse que, ao levar "tal demanda" a Avancini, foi orientado a tratar exclusivamente dos pagamentos relacionados ao PMDB, "sendo que os valores a serem direcionados ao PT o próprio presidente disse que iria resolver", afirmou.
(IG)
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