Nos últimos 30 dias, 63 deputados mudaram de partido sem perder
o mandato. O número representa 12% do total de parlamentares na Câmara. É a
janela partidária, brecha aberta com a emenda constitucional que permite a
troca de legenda de deputados federais, estaduais e vereadores sem que haja
punição. A maior parte do troca-troca ocorreu entre partidos pequenos ou
fundados recentemente. A regra vale apenas para aqueles que foram eleitos para
cargos proporcionais. Aqueles que ocupam cargos majoritários, no caso,
senadores, governadores, prefeitos e presidente da República não serão afetados
porque o Supremo Tribunal Federal decidiu que a fidelidade partidária não pode
ser aplicada a eles. Dos partidos com representação na Casa, o que mais perdeu
representantes nesse período foi o Partido da Mulher Brasileira (PMB), criado
recentemente. A legenda teve o funcionamento autorizado pelo Tribunal Superior
Eleitoral em setembro do ano passado. Na época, cerca de 20 deputados aderiram.
Hoje, a janela partidária acabou causando uma curiosidade: apenas um deputado,
Weliton Prado (MG), permanece no PMB. "Eu nunca fiquei preocupado com
isso. Quando fui para o PMB, fui o primeiro a assinar. Se tiver um só deputado,
esse deputado serei eu", disse. "Estarei normalmente no PMB, se for o
caso, compor bloco, participar das comissões. Não vai atrapalhar nada",
completou.
(Bol)