Uma das contas secretas atribuídas ao
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi usada para bancar despesas
de uma enteada do peemedebista, Ghabriela Amorim, filha da jornalista Cláudia
Cruz, atual mulher do deputado. A informação consta de extratos bancários
remetidos pela Suíça ao Brasil e que embasam novo inquérito contra o deputado,
em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme os demonstrativos,
US$ 52,4 mil foram transferidos da conta Kopec - aberta no Banco Julius Baer e
que teria Cláudia Cruz como beneficiária final - para uma conta atribuída a
Ghabriela no banco inglês Lloyds TSB. Os repasses foram feitos entre 29 de
agosto de 2008 e 7 de abril de 2009, mesmo período em que ela estudou na
Malvern School, escola de inglês no interior da Inglaterra. Em uma rede social,
a própria Ghabriela informa ter feito curso na instituição no período dos
depósitos. Da conta de Cláudia também saíram US$ 8,4 mil para a Malvern, em 14
de maio de 2008. O Estado identificou nos extratos pelo menos três
transferências para a enteada de Cunha, identificados como "nosso
pagamento enviado para Ghabriela Amorim". O primeiro, de 8,9 mil libras,
foi feito em 29 de agosto de 2008. Os outros foram de US$ 14,3 mil, em 6 de
janeiro de 2009, e de US$ 14,9 mil de 7 de abril do mesmo ano. A Kopec,
uma das quatro contas atribuídas a Cunha e sua mulher, foi aberta em janeiro de
2008 e, conforme a Procuradoria-Geral da República, servia para bancar despesas
pessoais e de cartão de crédito da família do deputado. Além do curso de
Ghabriela, os recursos bancaram também aulas em uma escola de tênis e um MBA de
Danielle da Cunha, filha do peemedebista, na Espanha.
(BN)