PSDB e
PT estão brincando com fogo – e quem pode sair queimada é a democracia
brasileira. Depois de um show eleitoral que eletrizou o País, repleto de
surpresas, viradas e uma disputa voto a voto que resultou sim numa vitória
apertada, mas limpa e legítima, a reeleição da presidente Dilma Rousseff vai
sendo questionada de maneira perigosa. Não apenas, igualmente vai sendo
defendida de um modo bastante arriscado. Na terça-feira 4, enquanto o
ex-candidato tucano falou em chamar para o seus domínios um "grande
exército a favor do Brasil", a resposta do comando petista foi um panfleto
eletrônico, via Facebook, no qual se convoca: "Militância, às
armas!". Tudo no sentido figurado, mas essas são as palavras que atingirão
o público. Nessa batida, que se dá antes mesmo de serem completadas duas
semanas do final da campanha eleitoral, onde se quer chegar? Tanto na recusa ao
diálogo com o governo, posição professada do ex-presidente Fernando Henrique ao
ex-candidato a vice Aloysio Nunes, como na dificuldade da cúpula do PT em se
posicionar além e acima dessas provocações de viés estudantil – logo um partido
que venceu uma, duas, três e quatro eleições presidenciais seguidas – mora o
perigo. No meio destes opostos, corre solta uma nova direita de cunho golpista,
que já demonstrou a capacidade de ocupar a maior avenida de São Paulo, no
sábado 1, sem ser incomodada.
(brasil247)