"'Flash mobs' viraram coisa séria, agora são para valer", constata o jornalista norte-americano Bill Wasik, o criador das manifestações-relâmpago convocadas por e-mail e mensagens de texto por celular, realizadas no início da década passada.
"As pessoas descobriram o poder das ferramentas digitais", avalia ele, comentando o uso das redes sociais na organização de protestos - das grandes manifestações da Primavera Árabe às concentrações dos "indignados" na Espanha e às ações de adolescentes nos EUA.
Em entrevista à Folha por e-mail, Wasik, hoje editor da revista "Wired", lembra como lhe veio a inspiração, em 2003, para montar uma manifestação de curtíssima duração, parecendo surgir do nada e esfumaçando-se tal como havia começado. "Estava tomando banho quando surgiu a ideia. Simplesmente queria ver o que poderia acontecer, então tentei levar o projeto adiante."
Foi por e-mail que Wasik, então editor na revista "Harper's Magazine", convocou a primeira "flash mob". Tomou providências para ocultar sua identidade e, no dia 27 de maio, mandou mensagens a pouco mais de 60 amigos e conhecidos.
O texto começava assim: "Você está convidado para participar da Mob, um projeto que cria uma inexplicável multidão de pessoas por dez minutos ou menos". E pedia para que o sujeito retransmitisse a convocação.
Não deu em nada. A polícia ficou sabendo e bloqueou a entrada da loja de Nova York onde seria realizada a manifestação. O jornalista insistiu no projeto: "Como a primeira tentativa foi frustrada pela polícia, decidi tentar novamente. Acabei realizando sete 'flash mobs' no total, de junho a setembro de 2003".
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