Ao comentar a atuação de Jair Bolsonaro
frente à pandemia, o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo disse que a “gravidade foi subestimada”
e ressaltou a importância de um programa de vacinação para superar “desgovernos
e politização abomináveis”.
“A gravidade foi
subestimada, e medidas adotadas pelas instâncias governamentais ignoraram as
preciosas contribuições do campo científico. Esse descompasso repercutiu na
população, contribuindo para que muitos não cumprissem as medidas de prevenção.
Sem generalizado senso de corresponsabilidade, o país sofreu com explosões de
casos e aumento da pobreza, pois o descontrole da pandemia agrava suas
consequências na economia. Considera-se a necessidade de um consistente
programa de vacinação, exigindo superação de desgovernos e politização
abomináveis. O momento exige o coro dos lúcidos”, afirmou o líder católico em
entrevista à Folha de S.Paulo.
Dom Walmor ainda
afirmou que poderia ter ocorrido “mais diálogo” com o governo, para “uma
contribuição que é alicerçada no Evangelho de Jesus Cristo, sem partidarismos,
sem defesa de interesses mesquinhos”, e que a CNBB está atenta a ataques de
seguidores de Jair Bolsonaro, como o youtuber Bernardo Küster, que chama a
congregação de “comunista”.
“Há irrestrito respeito à liberdade de
cada um. Ao mesmo tempo, a CNBB está atenta a situações que se configuram
crimes. Ninguém tem o direito de ofender outra pessoa impunemente, dedicar-se a
calúnias, espalhar mentiras. Há uma equipe, formada por teólogos, comunicadores
e juristas, mobilizada para essa tarefa. Em casos extremos, ela busca meios
legais para coibir crimes e punir seus autores. Infelizmente, algumas pessoas
se dedicam a caluniar e a agir com agressividade, adotando um jeito de ser
incoerente com a fraternidade cristã”, disse.
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