A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) alertou
e orientou prefeitos e secretários municipais para que tivessem atenção
redobrada no momento de decidir por novas despesas. A receita dos municípios
estava em queda desde o mês de junho e a previsão era de que assim continuasse
a acontecer por um período incerto. O Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), que é a transferência constitucional de recursos financeiros do governo federal
para os municípios sofria crescentes quedas.
Os municípios recebem três parcelas de FPM por mês
– nos dias 10, 20 e 30. De acordo com os técnicos responsáveis pelo
acompanhamento do movimento econômico dos municípios, a queda na arrecadação se
dá por duas razões: o governo federal mantém incentivos fiscais à indústria,
como redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e também porque
neste período ocorre a restituição do Imposto de Renda. Estas duas fontes de
receita formam o FPM que é distribuído aos municípios. Quando os valores caem,
diminui o repasse, como o que vem ocorrendo agora. Historicamente o segundo semestre do ano
proporciona arrecadação menor aos municípios.
Prefeituras que não convivem com administrações temerárias,
cientes das dificuldades acompanham a evolução dos repasses cuidadosamente e
adotam medidas de contenção de despesas, suspensão de novas aquisições e
incrementam política de recuperação tributária. Não fecham as portas, tampouco
permitem que serviços essenciais sofram solução de continuidade e as áreas social e da saúde sejam atingidas.
EM PEDERNEIRAS
Consciente que a realidade da queda do FPM altera o
cotidiano dos investimentos, a prefeitura de Pederneiras, leniente, não adotou
qualquer medida de contenção racional de gastos desde o mês de junho e até que as eleições
passassem. Agora surpreende. De supetão e uma só tacada aperta a corda no
pescoço de quem pode padecer por asfixia.
Entretanto, na ainda fresquinha campanha política
dizia-se que a cidade era um canteiro de obras. Nenhum controle, nenhum
cuidado, nenhuma medida preventiva foi adotada, como que por ação deliberada. Nenhuma palavra dita aos cidadãos sobre o que já se instalara de grave. A
maioria dos votos elegeu um prefeito que pode herdar um município com as contas
descontroladas, comprometidas, recebendo-o assim das mãos de quem o elegeu.
Finda a eleição, resultado positivo nas urnas, a
crise saiu do armário como que num passe de mágica e as medidas estão aí,
postas. Ou o medicamento aplicado em dose cavalar cura, ou mata de vez o
paciente agonizante.
Não se sabe sequer quais parâmetros ou critérios
foram utilizados na “política de contenção” que a administração municipal
adotou. Corta ali, cancela acolá, elimina isso, cancela aquilo e vamos em
frente.
O
povo? Ora o povo!
Reginaldo Monteiro
duvido que esse dinheiro não foi usado na campanha
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