Bolsonaro detém muitos
títulos. Foi o terceiro militar a se eleger presidente pelo voto popular. Foi o
único presidente depois do fim da ditadura militar de 1964 a conspirar contra a
democracia. Foi também o único presidente eleito que tentou se reeleger e não
conseguiu. Nem os governos da ditadura empregaram tantos militares quanto o de
Bolsonaro. Nem os generais da ditadura, que presidiram o país, ousaram defender
a tortura. Bolsonaro ousou, e se dependesse dele, a ditadura teria matado 30
mil pessoas. “O Exército é meu”, proclamou Bolsonaro mais de uma vez. Nenhum
general jamais disse algo parecido em público. Somente Bolsonaro quis usar
aviões supersônicos para voar baixinho sobre o prédio do Supremo Tribunal
Federal e estilhaçar suas vidraças. O ministro da Defesa, um general, discordou
e acabou demitido. Não havia registro de governante que tenha imitado um doente
a morrer sufocado por falta de oxigênio – Bolsonaro imitou em meio à pandemia
da Covid-19. Nem registro de governante que roubou joias dadas do Estado,
vendeu-as no exterior para forrar seus bolsos e recomprou-as quando o crime foi
descoberto – agora há. O clima entre os militares é de angústia e de alívio.
Sabem que outros fardados foram citados por Mauro Cid na delação e que serão
punidos. O alívio decorre do fato de que mais rapidamente o manto de suspeição
deixará de cobrir as Forças Armadas. Se esse é o preço a pagar, que seja pago.
Aprendam a lição!
(Trechos retirados do Blog do Noblat)
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