O corregedor-geral do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, votou para tornar o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) inelegível pelos próximos oito anos, a contar de 2022. O
ministro é relator na Corte da ação que pode cassar os direitos políticos de
Bolsonaro. Gonçalves, no entanto, pediu a absolvição do general Walter Braga
Netto, candidato a vice do ex-presidente nas últimas eleições. Após o voto do
relator, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, suspendeu a sessão. O
julgamento será retomado na próxima quinta-feira, às 9h, com o voto do ministro
Raul Araújo. Ao defender a condenação do ex-presidente, Gonçalves disse que há
evidências de que Bolsonaro cometeu crime de abuso de poder político e uso
indevido dos meios de comunicação. O motivo é a reunião com embaixadores
realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022, quando o então presidente
levantou, sem provas, suspeitas sobre o sistema eleitoral e a parcialidade de
magistrados. Ainda segundo o relator, os ataques de Bolsonaro levam à
"banalização do golpismo" e fizeram um "apelo rude para que
comunidade internacional não desse ouvidos ao TSE". Gonçalves finalizou o
voto com uma defesa enfática da Justiça Eleitoral. "O TSE se manterá firme
em seu dever de transmitir informações verídicas e atuar para conter o
alastramento de desinformação", afirmou. "Agressões violentas à
Justiça Eleitoral confirmam a importância da instituição para salvaguarda da
democracia", prosseguiu.
(Estadão)
0 comments:
Postar um comentário