02 abril 2023

Vigiados da ditadura: Regime militar espionou 71 mil pessoas em Brasília

O período da ditadura militar vigiou pelo menos 71.381 pessoas comuns no Distrito Federal. Os nomes foram fichados e estão guardados em 27 caixas no Arquivo Público do DF. Os documentos estão classificados como reservado, confidencial ou secreto. Pela documentação à qual o Metrópoles teve acesso, qualquer atitude poderia ser considerada suspeita e, assim, a polícia da época fazia levantamentos com as informações pessoais. Os vigiados não faziam ideia de que suas vidas eram devassadas pelo regime. O relatório servia como um nada consta paralelo, guardado apenas pela Segurança Pública do regime, e era consultado para definir uma promoção, aprovação em concursos, condecorações etc. Esses documentos são localizados por meio de fichas, que estão em ordem alfabética. No modelo ideal ainda tinha filiação, além de data e local de nascimento do indivíduo. Em todos os documentos, há o código ACE, que significa Acesso Cronológico de Entrada, e faz referência à data em que a pessoa foi “fichada”. Havia alguns com informação a mais, como profissões, codinomes, movimentos, mas que nem sempre eram explicativos. Nesse sentido, foram encontradas definições como “dona de casa, árabe, padre, associação de moradores do Paranoá, professor, King Kong, Carecas do Planalto, movimento inquilinos de Ceilândia e Tóxico”. Nem as crianças escapavam. Nos papéis há inscrições de meninos e meninas de 12 ou anos ou menos.

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