29 dezembro 2021

Cavalgando um jet ski: Bolsonaro conduz Brasil à indiferença diante da morte

As imagens de Jair Bolsonaro curtindo férias bancadas com dinheiro público em Santa Catarina enquanto voluntários tentavam salvar pessoas em um Sul da Bahia submerso são de uma insensibilidade chocante. Mas também mostram um presidente coerente, que sempre defendeu que "todos iremos morrer um dia" e que devemos tocar o barco em frente. Ou melhor, o jet ski. Quando o Brasil registrou pouco mais de 10 mil mortes por covid-19, e a população nem imaginava que chegaríamos a mais de 618 mil, Jair se deixou registrar cavalgando um jet ski nas águas do lago Paranoá, em Brasília. Era o longínquo 9 de maio de 2020. Queria convencer que isolamento social e cuidados para evitar o contágio eram "frescura", que luto era "mimimi" e que deveríamos basicamente ignorar o coronavírus. Na mesma São Francisco do Sul, onde descansa agora, Bolsonaro andou de jet ski e causou aglomerações nas praias nos dias 13 e 15 de fevereiro deste ano, querendo provar que tudo estava bem no país que ele, em tese, governa. As mortes por covid escalavam e contávamos com quase 240 mil óbitos, o auxílio emergencial havia sido suspenso e, com isso, pessoas passavam fome e muitas cidades não vacinavam idosos porque não havia imunizante disponível. Bolsonaro sabe que provoca indignação no naco civilizado da sociedade e ganha espaço na imprensa ao demonstrar indiferença enquanto pessoas morrem ou ficam desabrigadas. Mas isso fortalece a sua imagem junto aos seus seguidores, que não veem seu comportamento como uma afronta à dignidade humana, mas como o de um líder que quer o Brasil passando por cima dos problemas - mesmo que isso signifique sapatear no túmulo de muita gente.


(Trechos extraídos de Leonardo Sakamoto/UOL)

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