O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a decidir, em julgamento
na manhã desta quarta-feira (20), até que ponto órgãos de controle – como o
antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),
atual Unidade de Inteligência Financeira (UIF), a Receita
Federal e o Banco Central – podem compartilhar sem
autorização judicial dados fiscais e bancários de cidadãos com o Ministério
Público a fim de embasar investigações criminais. A
decisão terá repercussão geral, ou seja, valerá para todos os casos semelhantes
nas demais instâncias do Judiciário. Ao todo, 480 processos no país estão
suspensos à espera da decisão. Em julho deste ano, Dias Toffoli, concedeu liminar (decisão
provisória) que suspendeu em todo o território nacional processos que tiveram
origem em dados fiscais e bancários sigilosos de contribuintes compartilhados
sem autorização judicial. O ministro Toffoli tomou a decisão ao analisar
pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), um dos
cinco filhos do presidente Jair
Bolsonaro. O senador argumentava que o Ministério Público do Rio
de Janeiro teve acesso a informações fiscais dele sem autorização judicial. Um
levantamento do Ministério Público Federal (MPF) apontou que, após a decisão de
Toffoli, 935 ações e investigações estão paralisadas na
Justiça.
20 novembro 2019
Reginaldo Monteiro

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