Ao atingir a maioridade, por volta dos 21-22 anos, a mulher já
desenvolveu até 90% de sua massa óssea – que continua se formando até os 30
anos, mas de modo muito mais lento. Desse ponto até chegar à menopausa,
geralmente não há mudanças significativas. Mas, assim que os níveis de
estrogênio começam a baixar, tem início também uma fase de perda óssea muitas
vezes relevante. “Por isso é tão comum que a mulher que já passou pela
menopausa fique tão suscetível à osteopenia, que é um estágio anterior à
osteoporose. Apesar de a osteopenia não ser tão grave quanto a osteoporose, o
risco de fraturas é maior do que antes”, diz Fernando Fachini, médico
radiologista do CDB Medicina Diagnóstica. O radiologista aponta cinco
informações importantes sobre os ossos:
1. No climatério, é importante se submeter a um exame de densitometria
óssea. “Apesar de a Sociedade Brasileira de Densitometria (SBDens) recomendar o
exame para mulheres com idade igual ou superior a 65 anos, nessa fase de
transição da menopausa é preciso analisar cuidadosamente a estrutura óssea das
pacientes. O exame implica na avaliação de dois segmentos ósseos: coluna e
fêmur. Caso seja necessário, também poderá ser avaliado o rádio (osso do
antebraço) ou ainda ser realizado um estudo do corpo inteiro – através da
densitometria para avaliação da composição de gordura (massa magra e massa
gorda).
2. Sobrepeso e obesidade são inimigos dos ossos. “Até pouco tempo atrás,
acreditava-se que um pouco de gordura a mais acabava protegendo os ossos. Mas
essa crença caiu por terra. Hoje sabemos que o excesso de peso é prejudicial
também aos ossos, principalmente quando a gordura está localizada no entorno da
cintura. Pesquisadores de Harvard descobriram que mulheres na fase
pré-menopausa e que tinham mais gordura visceral também tinham diminuição da
densidade mineral óssea. Estudos indicam, também, que mulheres com sobrepeso
são mais propensas à deficiência de vitamina D – o que pode aumentar o risco de
fratura”.
3. Hormônios afetam os ossos. “Primeiramente, vale a pena revelar que a
mulher costuma ter perda óssea durante a gravidez, mas isso é reposto logo em
seguida. Recomenda-se espaçar um pouco uma gestação da outra, já que gestações
muito próximas aumentam os riscos de osteoporose. Também durante a amamentação
costuma haver uma pequena perda de massa óssea, possivelmente por causa da
necessidade que o bebê tem de cálcio, para o fortalecimento dos seus ossos.
Novamente, isso se recupera. Por fim, a queda nas taxas de estrogênio durante a
perimenopausa e a menopausa costuma aumentar bastante o risco de fraturas. Num
período de cinco a sete anos, a mulher pode perder até 20% de sua massa óssea”.
4. É comum ‘encolher’ um pouco. “Numa visita de rotina, ao conferir peso
e altura, a paciente pensa que o médico não fez sua medida direito, porque está
mais baixa. Mas isso acontece e é mais comum do que se pensa. Uma das
explicações é que os discos intervertebrais se tornam cada vez mais
desidratados e comprimidos. Também pode haver um encurvamento da coluna
vertebral. Agora, se uma paciente nota que perdeu cerca de 3 ou 4 centímetro de
altura em curto período, pode haver uma fratura na coluna e ainda indicar
osteoporose em estágio avançado. Por isso é importante fazer todos os exames
indicados”.
5. Suplementos podem ser necessários. “Estudos têm relacionado ingestão
de cálcio com redução do risco de fraturas em pessoas com mais de 50 anos.
Também há evidências que suplementos de vitamina D sejam necessários para
várias mulheres acima dessa faixa etária. O ideal, nesse caso, é fazer todos os
exames solicitados e seguir orientações do seu médico caso ele conclua que
tomar esses suplementos poderá resultar em ossos mais fortes. Mas vale lembrar
que a automedicação é sempre desaconselhada”.
Ainda de acordo com a SBDens, seguem indicações para avaliação de
densidade óssea:
1. Mulheres de idade igual ou superior a 65 anos;
2. Mulheres na pós-menopausa, ainda que abaixo de 65 anos, e homens
entre 50 e 70 anos, com fatores de risco;
3. Homens com idade igual ou superior a 70 anos;
4. Adultos com história de fratura por fragilidade;
5. Adultos com doença ou condição associada à baixa massa óssea ou à
perda óssea;
6. Adultos usando medicamentos associados à baixa massa óssea ou perda
óssea;
7. Pessoas para as quais são consideradas intervenções farmacológicas
para osteoporose;
8. Indivíduos em tratamento para osteoporose, para monitorar a eficácia
do tratamento;
9. Pessoas que não estejam realizando tratamento, nas quais a
identificação de perda de massa óssea possa determinar a indicação do
tratamento.
A entidade faz mais uma observação: mulheres interrompendo a terapia de
reposição hormonal devem ser consideradas para densitometria de acordo com as
indicações acima.