O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), foi derrotado na noite desta quarta-feira (14) na
tentativa de votar o projeto de Abuso de Autoridade. Após ser alvo de várias
críticas por parte da maioria das lideranças da Casa, o senador recuou e decidiu
encaminhar a proposta, de sua autoria, para discussão na Comissão de
Constituição e Justiça. O revés de Renan no plenário ocorreu duas semanas
depois de os integrantes da Casa também rejeitarem votar "a toque de
caixa" o pacote anticorrupção, aprovado pelos deputados na madrugada do
último dia 30 de novembro. Antes de colocar em votação o texto, Renan chegou a
defender ao longo do dia a necessidade de se aprovar as novas regras. "No
que depender de mim, vamos votar sim. Essa lei muito importante para o
Brasil... se não aprovar, saibam que não foi porque não trabalhei",
afirmou. Durante as discussões no plenário, o relator da proposta, senador
Roberto Requião (PMDB-PR), tentou angariar o apoio dos demais com o discurso de
que a iniciativa não tinha como alvo enfraquecer as investigações da Operação
Lava Jato. "Não estamos fazendo uma lei especial, que seria uma lei de
exceção para os tempos de Lava Jato. A Lava Jato foi uma iniciativa
extraordinariamente eficaz dos promotores e dos juízes de primeira instância da
cidade de Curitiba. Contundo, esperamos que ela um dia acabe, não porque acabou
a corrupção, mas vai acabar porque os investigadores, cedo ou tarde, voltarão
ao leito normal dos inquéritos e processos sem recursos espetaculosos da
mídia", ressaltou Requião.
(Band)