O senador Renan Calheiros reafirmou nesta terça-feira (6) seu
desprezo pela Justiça de nosso País. Escoltado por um grupelho de
senadores que sempre viram nele uma figura a proteger seus
semelhantes dos braços do Judiciário, o peemedebista optou por desprezar uma decisão expedida pela Suprema
Corte do País. Renan Calheiros é réu em ação
penal que tramita no próprio STF, acusado pela Procuradoria-Geral da República
de cometer o crime de peculato, que é sinônimo de desvio de dinheiro público –
aquele que você e eu pagamos em impostos. Quando foi levado à condição de
réu, na semana passada, Renan divulgou uma nota dizendo que
"permanece confiante na Justiça". O polido discurso, no entanto, não
passa de mera demagogia. A prova se deu nesta terça-feira. Após o ministro
do STF Marco Aurélio Mello decidir – liminarmente, pondere-se – afastar Renan
da presidência do Senado, o cacique do PMDB fez birra e protagonizou um
espetáculo duplamente lamentável. Primeiro, tal qual uma criança a fugir do
enfermeiro que tenta aplicar-lhe uma injeção, Renan se escondeu na
residência oficial para não ser notificado pelo oficial de Justiça sobre a
decisão de Marco Aurélio. Uma cena patética que não condiz em nada com a
postura que a sociedade espera de um senador da República. Mas o completo
avacalhamento da Justiça brasileira foi coroado durante esta tarde.
Renan e sua tropa de choque assinaram um 'documento', se assim podemos dizer,
decidindo que o Senado iria simplesmente ignorar a decisão judicial!
(IG)