Diretores, médicos e altos funcionários da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e do Hospital das Clínicas são investigados por fraudes, desvios de recursos e superfaturamento de serviços e materiais médicos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A apuração é conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF), pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Polícia Federal (PF). A precariedade de atendimento também está sob investigação. "Temos casos de médicos que receberam quantias bem acima do serviço praticado, como a realização de plantões em 365 dias por ano, algo humanamente impossível", disse o procurador da República Jefferson Aparecido Dias. Segundo ele, o MPF encontrou casos de diretores da Fundação de Apoio à Faculdade de Medicina de Marília (Famar) - responsável pela gestão da faculdade e do hospital - que mantinham consultórios particulares dentro do HC. O hospital-escola e a faculdade são autarquias estaduais, e o atendimento é totalmente voltado ao SUS. O procurador apurou também que diretores da fundação contratavam seus próprios laboratórios para realizar os exames pelo SUS. "Há indícios de direcionamento de licitação", afirmou Dias. Documentos e computadores apreendidos na sexta-feira passada pela PF na fundação, hospital, faculdade, casas de suspeitos e em empresas particulares de serviços médicos estão sob análise da polícia e do MPF. "Vamos precisar ainda de mais dez dias apenas para separar e dar encaminhamento a esse material para depois ouvir os envolvidos", disse.
(JCnet)