Dados do Ministério da Saúde divulgados
recentemente revelam que os casos de chikungunya tiveram um crescimento de 850%
em 2016. Foram mais de 251 mil ocorrências da doença, que resultaram em 138
óbitos. Em 2015, foram 26 mil ocorrências e somente seis óbitos. No ano de
2017, o crescimento deverá ser ainda maior, segundo projeções internas. Faltando
pouco menos de vinte dias para o início do verão, a estação mais quente e úmida
do ano, são necessários maiores cuidados com a saúde, uma vez que as
temperaturas elevadas proporcionam condições ideais para a ocorrência destas
desagradáveis doenças virais como dengue, chikungunya, zika e até mesmo
conjuntivite. Além destas, é preciso se atentar também a problemas como
desidratação, insolação, micoses e intoxicação alimentar. José Ribamar Branco,
infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que a alta
incidência solar, falta de higiene e de saneamento são os principais
responsáveis pelo crescimento de casos das chamadas doenças de verão. “O calor
e a umidade facilitam a proliferação dos vírus e bactérias responsáveis por
essas enfermidades. Com isso em vista, tanto a higiene pessoal quanto alimentar
merecem atenção redobrada nesta época do ano.” Saiba um pouco mais de algumas destas
doenças e seus possíveis tratamentos:
Insolação: Ocorre
mediante exposição prolongada a ambientes quentes e secos, envolvendo
geralmente contato direto com a luz solar. O distúrbio provoca um mal-estar
generalizado, febre alta, pele avermelhada e seca, pulsação acelerada, falta de
ar, enjoos, tonturas e possíveis desmaios. Para evitar esses males, tome cerca
de três litros de água por dia e aplique protetor solar antes de se expor ao
sol, repassando, se possível, a cada duas horas, sempre com a pele seca.
Desidratação: É
quando o corpo perde, de forma excessiva, líquidos e sais minerais (mais de 2,5
litros de água por dia) por meio da saliva, suor, urina e fezes. Isso pode
acontecer por meio de transpiração excessiva, diarreia ou vômitos. Quando
desidratada, a pessoa sente uma sede intensa, fica com os olhos, mucosas e boca
secas, passa longos períodos sem urinar e aumenta a irritabilidade. “Para
evitar o problema, é importante consumir líquidos frescos, alimentos leves,
vestir-se com roupas leves e ficar, preferencialmente, em ambientes com sombra
e arejados”, explica o infectologista.
Micoses: São
infecções dermatológicas causadas pela proliferação de fungos em algumas partes
do corpo. “As partes afetadas são geralmente as mais quentes e úmidas, uma vez
que oferecem as condições ideais para a reprodução dos fungos. O verão favorece
este processo, pois a temperatura corporal tende a aumentar e expõe-se mais a
ambientes molhados”, comenta. As regiões comprometidas pelas micoses apresentam
coceira constante, irritação, vermelhidão e ressecamento. Uma forma de evitá-las
é manter todas as dobras do corpo higienizadas e secas, não compartilhar
toalhas e calçados com terceiros, não vestir sapatos fechados em dias muito
quentes e não andar descalço em ambientes públicos.
Dengue,
chikungunya e zica: O Aedes aegypti, mosquito responsável pela
transmissão dos três vírus, se reproduz preferencialmente em ambientes quentes
e úmidos, característicos do verão. “É preciso estar duas vezes mais atento a
febres, manchas e dores no corpo, que podem ser sintomas de dengue, zika e
chikungunya”, explica o médico. De forma a ficar longe deste risco, é
importante acabar com todo foco de reprodução do mosquito. Além disso, o uso de
repelentes contra insetos pode evitar picadas que possam transmitir o vírus.
Intoxicação
alimentar: As infecções gastrointestinais podem ter origem
bacteriana ou viral e normalmente são originadas por conta da ingestão de
comidas mal conservadas ou mal higienizadas. O médico explica que essas
intoxicações costumam provocar náuseas, diarreias e vômitos. “Uma dica para se
prevenir é consumir vegetais, carnes e peixes crus somente em locais
confiáveis.”