24 outubro 2016

NAZISMO: O "legado" de Hitler ainda é uma sombra para o mundo?

O antigo prédio que ocupa o número 15 da rua Salzburger Vorstadt, na cidade austríaca de Braunau am Inn, ainda aguarda seu destino como uma vítima de uma espécie de "maldição" - foi ali que Hitler nasceu, há 127 anos. Agora, o governo austríaco afirma que destruirá ou alterará por completo a construção do século 17 para impedir que neonazistas a transformem em um santuário. Mas talvez seja tarde demais. Hitler não pode ser esquecido, mas o que importa é como ele é lembrado. Há uma placa do lado de fora do prédio com a frase: "Pela paz, democracia e liberdade. Milhões de mortos nos lembram: fascismo nunca mais". Deveríamos nos esquivar da história de Hitler ou notar que esse monstro ainda nos assombra? E se for uma luz, em vez de uma sombra, que tem o potencial de lançar um novo olhar sobre nosso tempo? É útil ou despropositado que sua memória seja usada para informar opiniões a respeito da ascensão da extrema direita, o crescimento do nacionalismo russo, de figuras como o político holandês Geert Wilders e do sucesso de Donald Trump? Pode ser preocupante ignorar a história em vez de ouvir o que ela tem a nos dizer. E a enorme fascinação e a tremenda repulsa que Hitler ainda gera em nós escondem valiosas lições. "Nazista!" tornou-se uma espécie de insulto barato, destituído de valor e significado como qualquer outro palavrão. Mas isso não pode nos impedir de ver além. Este ícone do mal foi um político de muito sucesso. Seus feitos foram tão monstruosos que outros assassinatos em massa cometidos por políticos ficaram ofuscados. É verdade que o todo debate se transformou em uma espécie de máquina de comparações com os crimes de Mao Tse ou Stalin, questionando porque o líder do Socialismo Nacional alemão evoca mais horror e pavor. Autoridades austríacas parecem se preocupar com o mais óbvio e menos importante legado de Hitler: seu fã-clube. Há vários pequenos grupos na Europa - da Suécia ao Reino Unido - que reverenciam Hitler, mas, em geral, há pouco apetite no continente para uniformes e homens em marcha ou entusiasmo pela guerra.
(BBC Brasil)
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