Conhecida em vida como "a santa das sarjetas", Madre
Teresa de Calcutá será transformada em uma santa da Igreja Católica
oficialmente no domingo (4), 19 anos após sua morte. Vencedora do Prêmio Nobel
da Paz, ela foi uma das mulheres mais influentes dos 2 mil anos de história da
igreja, aclamada por seu trabalho com os mais pobres nas favelas da cidade
indiana de Calcutá. A igreja abriu caminho no ano passado para a canonização de
Madre Teresa após declarar como milagre a recuperação do brasileiro Marcilio
Haddad Andrino, que tinha múltiplos pontos de inflamação no cérebro. Quando
Andrino sofreu em 2008 os abscessos cerebrais, dos quais médicos disseram que
ele não iria se recuperar, sua família rezou para Madre Teresa. Ele disse que
seu estado de saúde piorou ao ponto de que sofreu para conseguir andar ao altar
durante seu casamento, em setembro de 2008, e no início de dezembro foi levado
inconsciente para hospital. Andrino estava com uma cirurgia cerebral marcada,
mas quando acordou sem dores de cabeça pouco antes da operação, o médico
afirmou que uma intervenção médica não seria mais necessária. "Consegui
passar o Natal com minha família e seis meses depois voltei ao trabalho sem
problemas", disse Andrino, acrescentando que ele e a esposa posteriormente
tiveram dois filhos. Andrino, que tem 43 anos e mora no Rio de Janeiro, disse
nesta sexta-feira (2) durante entrevista coletiva no Vaticano que se sente muito
grato, mas que pensa que qualquer pessoa poderia ter sido igualmente
beneficiada pela intervenção. "Se não tivesse acontecido comigo, talvez
fosse com outra pessoa amanhã. Ela não diferenciava. Não me sinto
especial", disse Andrino, que participará da cerimônia de domingo com sua
esposa, Fernanda.
(G1)