14 setembro 2016

FÉ NA POLÍTICA: Cassação de Cunha mostra diferenças entre evangélicos

Deputados de diferentes igrejas evangélicas usaram a mesma Bíblia para defender diferentes posições em relação à cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara, agora com direitos políticos suspensos por oito anos. "Eu pediria a vocês o voto, e que Deus possa iluminar vocês", pediu Cunha, membro da Assembleia de Deus, maior denominação evangélica do País, no fim de seu discurso de defesa na sessão de segunda-feira (12). Cunha é dono de mais de 200 sites na internet com cunho religioso, entre eles Jesus.com, Louvejesus.com, Portaljesusmais.com.br e Facebookjesus.com.br. De acordo com o portal IG, minutos depois, entretanto, foi chamado de "fariseu" pela deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), também evangélica, seguidora da igreja Presbiteriana e apoiadora da candidatura de Marcelo Crivella à prefeitura do Rio, membro da Igreja Universal do Reino de Deus. Cabo Daciolo (PTdoB-RJ), que se apresenta como evangélico fervoroso, mas sem ligação direta com nenhuma igreja, chegou a rezar um trecho do Pai Nosso no palanque do plenário. "Eu sou cristão, e a maior decepção que eu tive no Congresso foi a bancada evangélica", afirmou, enquanto segurava a Bíblia. Já o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), da Catedral do Avivamento, foi um dos 10 deputados a votarem contra a cassação de Cunha. Ele, contudo, ficou mudo durante toda a sessão.
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