O governo federal retirou nesta quarta-feira (6) o pedido de urgência
que acelerava a tramitação na Câmara dos Deputados de
projetos de lei que visam o combate à corrupção. A justificativa do Palácio do
Planalto foi que a prioridade do governo interino de Michel Temer é votar antes projetos
da área econômica, mas que só poderiam ser analisados após os projetos com
prioridade. O governo argumenta ainda que esses assuntos também serão tratados
na comissão especial a ser criada para analisar dez medidas anticorrupção
sugeridas pelo Ministério
Público Federal. A retirada da urgência aconteceu um dia após o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
solicitar a parlamentares da base aliada a instalação dessa comissão especial. Os
projetos foram enviados à Câmara em março deste ano com mais de 2 milhões de
assinaturas de apoio, mas não avançaram à espera da comissão. A previsão é que
o colegiado tenha 30 titulares e 30 suplentes. As vagas são distribuídas de
acordo com o tamanho das bancadas e cabe aos líderes fazer a indicação dos
nomes. Faltam ainda as indicações para uma vaga de titular e oito de suplente. As
mensagens do Executivo cancelando a urgência foram lidas pelo
2º-vice-presidente da Câmara, deputado Giacobo (PR-PR), que comandava a sessão.
Além disso, para o governo, não há consenso na Câmara sobre as medidas e manter
a urgência de projetos sobre o tema atrasaria a aprovação de matérias
consideradas importantes para a economia.
(globo.com)