Um grande volume de documentos confidenciais vazados revelou a forma que
algumas das pessoas mais ricas e poderosas do mundo usam paraísos fiscais para
ocultar fortunas. Os 11 milhões de documentos pertencem ao escritório de
advocacia panamenho Mossak Fonseca e mostram como a empresa ajudou clientes a
evitar sanções e o pagamento de impostos e a lavar dinheiro. O escritório
afirma que opera há 40 anos legalmente e que nunca foi acusado de nenhum crime.
Os documentos mostram ligações com 72 chefes de Estado atualmente no poder ou
que já ocuparam o cargo, incluindo ditadores acusados de saquear seus próprios
países. Os dados envolvem pessoas ligadas às famílias e sócios do ex-presidente
do Egito Hosni Mubarak, o ex-líder líbio Muammar Gaddafi e o presidente da
Síria, Bashar al-Assad. Também levantam a suspeita de haver um esquema de lavagem
de diheiro comandado por um banco russo e pessoas muito próximas ao presidente
da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur
Gunnlaugsson. Esse
nome é dado a empresas abertas por pessoas e empresas em um país diferente do
que se reside, normalmente com condições fiscais mais favoráveis. Eles foram obtidos
pelo jornal alemão "Süddeutsche Zeitung" e compartilhados com o Consórcio
Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). O
programa BBC Panorama está entre as 107 organizações de mídia que vêm analisando
os documentos. A BBC não conhece a identidade da fonte que os forneceu. Gerard
Ryle, diretor do ICIJ, diz que os documentos tratam do cotidiano de negócios do
Mossack Fonseca nas últimas quatro décadas. "Acredito que o vazamento será
o maior golpe que o mundo de empresas offshore já sofreu por conta da dimensão
dos documentos", afirmou.
(BBC Brasil)
(BBC Brasil)