O
economista português Francisco Louçã, ex-deputado e atualmente professor de
economia na Universidade de Lisboa, escreveu uma coluna para o jornal Público
sobre o IV Seminário Luso Brasileiro de Direito que acontece em Lisboa,
Portugal, na próxima semana. O evento vai contar com a presença de políticos
brasileiros como Aécio Neves, José Serra, Gilmar Mendes, Dias Toffoli. Com o
título "Um imbróglio em Lisboa", o economista inicia o texto dizendo
que acredita que o evento já estava programado antes da crise política ter se
instaurado no Brasil como um "golpe político-judicial". No entanto,
Louçã observa: "Há uma questão a que falta responder: como é que se
lembraram de marcar um seminário sobre o futuro constitucional do Brasil (e de
Portugal, olha só) para o 52º aniversário do golpe que derrubou um presidente
eleito e instaurou uma ditadura militar? Como não há coincidências na vida, ou
fugiu o pé para o chinelo ou é uma declaração de guerra com um atlântico pelo
meio. Presumo que seja o chinelo". Além disso, o professor questiona
"o que levaria os político a levantar voo do Brasil para se limitarem a
conspirar por telefone?". A resposta encontrada por Louçã é que os eles
estariam interessados em um "endosso internacional para as suas
diligências". Segundo o colunista, a intenção seria "fazerem-se
fotografar ao lado das autoridades de Portugal". Mas essa ideia estaria
fracassada, pois os serviços do Presidente português anunciaram que a agenda
não lhe permite ir ao seminário, também o ex-primeiro ministro Passos Coelho não
deverá comparecer. Louçã comenta ainda que possivelmente o seminário será
"uma conversa entre juristas e políticos brasileiros sobre a graça do
golpe que está decorrendo".
26 março 2016
Reginaldo Monteiro
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