O delegado federal Igor Romário de Paula, um dos responsáveis
pela Operação Lava Jato, está processando o site o Google e a
plataforma Facebook buscando a revelação dos autores e retirada do ar
das críticas que estão sendo feitas a ele, em relação ao seu
posicionamento político nas eleições de 2014, quando apoiou o candidato
Aécio Neves (PSDB) e criticou o Partido dos Trabalhadores (PT) e sua
então candidata, Dilma Rousseff. Em primeira e segunda
instância, Igor de Paula perdeu a ação, mas ainda cabe recurso, de acordo
com o site Pragmatismo Político. O delegado costumava pedir
votos para o então candidato Aécio Neves, nas redes sociais fechadas ao público
geral, como revelou o jornal Estado de S. Paulo. Ele também participava de
uma comunidade cujo símbolo era uma caricatura da presidente Dilma Rousseff (PT),
com dois grandes dentes para fora da boca e coberta por uma faixa vermelha na
qual estava escrito “Fora PT!”. O senador tucano é alvo de diversas
delações premiadas na Lava Jato e, após a veiculação
da reportagem do Estadão, De Paula passou a ser criticado nas redes
sociais. Mostrando surpresa, os advogados
do Facebook recusaram-se a atendê-lo e, conforme alegam no
processo: “Uma medida dessa natureza (retirada das páginas do ar) certamente
configuraria censura, inadmissível até mesmo em países com regimes não
democráticos. Ainda mais assustador constatar que quem pretende esse tipo de
prática é ninguém menos que um delegado da Polícia Federal”. A juíza Cecília de Carvalho Contrera não só negou o
pedido do delegado, no ano passado, como também mostrou espanto em relação
ao solicitado: “As supostas ofensas mencionadas na petição inicial devem ser
compreendidas num contexto de livre exposição de ideias e manifestação do
pensamento.
30 março 2016
Reginaldo Monteiro

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