REVENDO A HISTÓRIA: “Vereador diz que prefeito de Pederneiras mente”

O natal de 1994 estava próximo.  Certo dia abro o Jornal da Cidade, de Bauru, e dou de cara com uma com matéria na página “regional”,  onde o prefeito de Pederneiras afirmava em nota, dentre outras coisas impublicáveis como sempre o foi,  que a Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Idecon era política e que o legislativo municipal teria autorizado por unanimidade o contrato entre a prefeitura e aquela entidade, inclusive com o voto do autor da CEI, que era eu. Aquilo foi como projétil de espingarda passando ao lado da orelha.

No mesmo dia em que li a reportagem contatei o jornal. Munido de uma declaração do presidente da câmara de que a casa não havia votado qualquer proposta relacionada ao Idecon antes do requerimento da CEI, afirmei o seguinte, que foi publicado em matéria de destaque no JC de 22 de dezembro: “Se a nota enviada ao JC foi determinada pelo prefeito, ele mentiu”.

Na matéria eu falo do sumiço do Idecon e mais, que a prefeitura já havia quitado o valor integral do contrato com a entidade. O interessante é que o prazo do contrato (de um ano) já estava vencido, e resultado para os mutuários que era bom, nada.

Instigado pelo repórter sobre a mentira do prefeito, declarei que concordava com ele num único ponto da sua infeliz nota distribuída á imprensa. Disse eu: “O vereador exerce a tríplice função de fiscalizar, legislar e denunciar. Isto para mim é fazer política. Portanto, está certo o prefeito: a CEI é política”.

O JC foi ouvir o lado do prefeito, claro. A assessoria de imprensa da prefeitura informou ao jornal que ele [o prefeito] havia – pasmem! - cometido “um equívoco lamentável”. Eis que o assessor do prefeito fez explodir no peito do alcaide a bomba que já estava com o fogo correndo pelo pavio.

O que repliquei ao jornal ainda na mesma matéria, quando perguntado sobre a pérola contida nessa segunda nota da assessoria de imprensa da prefeitura foi: “Lamento a declaração. Ou o prefeito mentiu ou está totalmente desinformado das coisas que ocorrem no executivo”.

Ponto para Pederneiras!

Reginaldo Monteiro