O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
determinou nesta quarta-feira (7) abertura de inquérito para investigar o
senador José Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, por suposta
prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O pedido de inquérito foi feito pela
Procuradoria Geral da República e resulta de investigações da Operação Lava
Jato, que apura desvio de recursos e corrupção na Petrobras. De acordo com o
pedido, as investigações apontaram que o senador combinou pagamento de propina
com executivos da OAS, uma das empreiteiras alvo da Lava Jato. O dinheiro teria
sido desviado da obra do estádio Arena das Dunas, em Natal. Nesta quarta, após
a decisão do ministro do Supremo, a assessoria de Agripino divulgou a seguinte
nota: "A par de não conhecer os fatos que motivaram a abertura deste
processo de investigação, mas ter tomado conhecimento pela imprensa de nota da
empresa OAS negando as alegações mencionadas, reafirmo estar à disposição do
Judiciário para os esclarecimentos que se fizerem necessários.” Segundo a
Procuradoria Geral da República, Agripino teria conseguiu a liberação de
recursos do BNDES para a OAS concluir as obras do estádio. Em troca, a
construtora teria doado, oficialmente, R$ 500 mil para o Diretório Nacional do DEM no ano passado. Os recursos sofriam
entraves em razão de irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União
(TCU). O pedido de investigação relaciona mensagens de celular trocadas entre
executivos da OAS relatando que Agripino se reuniu com autoridades “para
esclarecer o problema e apelar por solução que evite interrupção no fluxo de
pagamentos e interrupção da obra”. O pedido de investigação ainda registra
depoimento em que o doleiro Alberto Youssef afirma ter administrado “caixa 2”
para a OAS, intermediando repasse de doações eleitorais não declaradas para
pagamento de propina.
(globo.com)