O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a
quebra dos sigilos fiscal e bancário de dois escritórios de advocacia que,
juntos, fazem a defesa de sete políticos investigados na Operação Lava Jato. A
decisão, proferida no último dia 15 de outubro em segredo de Justiça, atendeu
pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O STF pediu ao Banco
Central e à Receita Federal dados de 2010 e 2011 referentes a Fernando Neves,
do escritório Lacombe e Neves da Silva Advogados Associados. O advogado faz a
defesa do senador Fernando Collor (PTB-AL), denunciado no STF como beneficiário
de esquema de corrupção na Petrobras. Também foram solicitados dados de Michel
Saliba, que defende outros seis políticos no caso. Ele já havia tido sigilo
bancário e fiscal quebrado em maio, mas teve quebra ampliada para todas as
contas bancárias em seu nome no período de 2009 a 2012. Ambos negaram ter
cometido ilegalidades e defenderam sua atuação no caso. "Estou preocupado
com isso e estou pedindo ao minsitro Teori Zavascki para ter acesso. Todos
conhecem a advocacia que tenho, não sou negócio de lavanderia, tudo que recebo
é serviço que presto. Me preocupa muito o efeito devastador que isso possa
ter", disse Fernando Neves, acrescentando que pedirá ao STF acesso à
autorização para se defender. "Respeito muito o Supremo Tribunal Federal e
o ministro Teori Zavascki e penso que eventuais impropriedades devem ser
reparadas. Estou tranquilo, ciente que agi nos limites da lei. Confio na OAB
como guardiã das prerrogativas dos advogados, que devem ser observadas como
forma de garantia à liberdade do cidadão", afirmou Michel Saliba.
(globo.com)