A iniciativa foi chamada de "drone do aborto",
segundo o grupo Women on Waves, que integra a campanha. O aparelho foi
abastecido com os medicamentos na cidade fronteiriça de Frankfurt an der Oder,
na Alemanha, onde o aborto é permitido, e levado até a cidade polonesa de
Slubice. Duas mulheres receberam os medicamentos que foram prescritos por um
médico, segundo o grupo. "Elas acreditam ser importante mostrar às pessoas
que deve ser direito da mulher ter acesso ao aborto e a este tipo de
medicamento. Esta é uma maneira de mandar essa mensagem", disse à BBC
Brasil Rebecca Gomperts, criadora do Women on Waves. A iniciativa não ocorreu
sem incidentes: autoridades alemãs confiscaram os controles do drone. Mesmo
assim o aparelho conseguiu pousar com segurança, disse ela. Autoridades também
ameaçaram acusar criminalmente os organizadores, mas Rebecca disse desconhecer
quais acusações eles poderiam enfrentar. O voo não necessitava de autorização,
segundo o grupo, já que o drone não seria usado para fins comerciais, ficaria
sob observação de seu piloto e não atingiria espaço aéreo controlado. "Não
tem nenhuma ilegalidade", disse Rebecca, que disse planejar mais voos -
"mas antes precisamos ter nossos controles de volta", disse, aos
risos. Segundo ela, as mulheres não são criminalizadas na Polônia por tomar os
remédios abortivos - Mifepristone e Misoprostol -, que não são registrados no
país, mas médicos e pessoas que as ajudam a fazer o aborto podem ser
responsabilizadas.
(G1)