O
papa Francisco comandou nesta sexta-feira (3) no Coliseu de Roma o tradicional
rito da Via Crucis. Essa foi a terceira vez que Jorge Bergoglio realizou a
celebração desde o início do seu Pontificado. Desta vez, a procissão foi
marcada por um pedido de desculpas da Igreja às vítimas de abuso sexual por
parte do clero. "Tu nos incita a pedir humildemente perdão a todos aqueles
que sofreram esses ultrajes e a rezar para que finalmente desperte a
consciência de quem escureceu o céu na vida dessas pessoas", diz a
meditação lida durante a 10ª estação do ritual. Preparado pelo bispo
emérito de Novara, Renato Corti, o trecho faz referência a uma passagem
anterior, que menciona "situações tremendas" como a dos "garotos
e adolescentes derrubados de si mesmos, feridos em sua intimidade e
barbaramente profanados". Mas a homilia não se restringia às vítimas de pedofilia
dentro da Igreja, e sim também às crianças afetadas pelo tráfico de seres
humanos, que se tornam soldados ou que trabalham em condições de
escravidão. Na estação seguinte, a meditação questionou quando seria
abolida a pena de morte, ainda adotada em vários países, e quando seriam
encerradas todas as formas de tortura e "supressão violenta de pessoas
inocentes". No fim da procissão, Francisco fez um rápido discurso e
lembrou dos "irmãos perseguidos, enforcados e crucificados" por causa
de sua fé, uma clara referência ao atentado que deixou 148 mortos no
Quênia. Entre os indivíduos que levaram a cruz na celebração deste ano
estiveram duas crianças brasileiras, Rafaela e Vitor, adotadas por um casal de
italianos, Palma e Francesco Serra. Além deles, também participaram duas
freiras iraquianas e pessoas provenientes de Síria, Nigéria, Egito e China.
(ansa)