A diarista Terezinha Maria de Jesus, 40 anos,
mãe do garoto morto no Complexo do Alemão afirmou nesta sexta-feira (3) que foi
ameaçada por um policial militar quando se deparou com o filho morto na porta
de casa. “Ele disse: já que matei o filho, posso matar a mãe também. Eu
gritava que ele tinha acabado com a vida do meu filho e cheguei a agredi-lo.
Eles atiraram menos de 10m e sabiam que era uma criança”, disse Terezinha
chorando. Em entrevista por telefone, ela afirmou ainda que reconhece o
policial que atirou contra seu filho. A versão de que Eduardo de Jesus
Ferreira estaria armado com a pistola durante a ação foi negada por
Terezinha. “Meu filho não é bandido. Ele não estava com arma. Ele tinha um
celular na mão quando foi morto”. O garoto, de 10 anos, morreu quando
brincava na porta de sua casa no povoado Areal. Os tiroteios sucessivos entre
PMs e traficantes vêm assustando a comunidade nos últimos três meses. Quatro
pessoas morreram em 48 horas. Natural do Piauí, Terezinha mora há 16 anos no
Rio de Janeiro e disse que deixará a cidade após a morte do filho. “Eu não
quero deixar um pedaço de mim nesse lugar. Tenho cinco filhos e não quero
perder mais filhos”, desabafou a doméstica.
(Terra)