Para diplomatas brasileiros, se Trump houvesse
continuado no poder por um segundo mandato, depois da pandemia, a história do
Brasil poderia ter sido outra. A lógica da atuação de Biden não era apenas
garantir a democracia num país sul-americano. O centro de sua preocupação era o
eco que um golpe da extrema direita poderia ter em seu próprio país,
principalmente depois das cenas da invasão do Capitólio em 6 de janeiro de
2021. Em julho de 2022, uma reunião entre os chefes da pasta de Defesa do
Brasil e dos EUA sinalizou aos militares em Brasília que eles não teriam o
respaldo de Washington sob o comando de Biden, caso optassem por uma aventura
golpista. De um lado da mesa estavam Laura Jane Richardson, general quatro
estrelas do Exército dos EUA e comandante do Comando Sul, e Lloyd Austin,
secretário de Defesa norte-americano. De outro, o general Paulo Sérgio Nogueira
de Oliveira, ministro da Defesa do Brasil e ex-comandante do Exército
brasileiro. Fontes que estiveram naquela sala relembram como o tom usado pelos
representantes de Biden foi claro: as instituições democráticas brasileiras
eram sólidas. Ou seja, não haveria qualquer tipo de apoio a uma ofensiva por
parte dos militares brasileiros em relação ao questionamento contra a
democracia no país. O maior teste, porém, fica no dia 8 de janeiro de 2023, com
as cenas que rapidamente ganharam o mundo acendendo um alerta internacional em
relação à extrema direita e a necessidade de vigilância permanente. Líderes se
apressaram para deslegitimar um golpe no Brasil, enquanto membros do governo
passaram a ser alvos de telefones e demonstrações de apoio. O presidente Joe
Biden chamou os ataques de "ultrajantes". "Condenamos os ataques
contra a presidência, Congresso e Corte Suprema do Brasil hoje", afirmou
Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano. "Usar violência
contra instituições democráticas é sempre inaceitável", disse. "Nos
aliamos ao presidente Lula para pedir um fim imediato a essas ações",
declarou. Assessores de Biden afirmaram que a democracia no Brasil era
"inabalável".
22 julho 2024
Reginaldo Monteiro
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