22 julho 2024

Bolsonaro bem que tentou: Como Biden ajudou a evitar um golpe de estado no Brasil

Para diplomatas brasileiros, se Trump houvesse continuado no poder por um segundo mandato, depois da pandemia, a história do Brasil poderia ter sido outra. A lógica da atuação de Biden não era apenas garantir a democracia num país sul-americano. O centro de sua preocupação era o eco que um golpe da extrema direita poderia ter em seu próprio país, principalmente depois das cenas da invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Em julho de 2022, uma reunião entre os chefes da pasta de Defesa do Brasil e dos EUA sinalizou aos militares em Brasília que eles não teriam o respaldo de Washington sob o comando de Biden, caso optassem por uma aventura golpista. De um lado da mesa estavam Laura Jane Richardson, general quatro estrelas do Exército dos EUA e comandante do Comando Sul, e Lloyd Austin, secretário de Defesa norte-americano. De outro, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da Defesa do Brasil e ex-comandante do Exército brasileiro. Fontes que estiveram naquela sala relembram como o tom usado pelos representantes de Biden foi claro: as instituições democráticas brasileiras eram sólidas. Ou seja, não haveria qualquer tipo de apoio a uma ofensiva por parte dos militares brasileiros em relação ao questionamento contra a democracia no país. O maior teste, porém, fica no dia 8 de janeiro de 2023, com as cenas que rapidamente ganharam o mundo acendendo um alerta internacional em relação à extrema direita e a necessidade de vigilância permanente. Líderes se apressaram para deslegitimar um golpe no Brasil, enquanto membros do governo passaram a ser alvos de telefones e demonstrações de apoio. O presidente Joe Biden chamou os ataques de "ultrajantes". "Condenamos os ataques contra a presidência, Congresso e Corte Suprema do Brasil hoje", afirmou Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano. "Usar violência contra instituições democráticas é sempre inaceitável", disse. "Nos aliamos ao presidente Lula para pedir um fim imediato a essas ações", declarou. Assessores de Biden afirmaram que a democracia no Brasil era "inabalável".

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