Aos quatro anos e com artrogripose múltipla congênita, síndrome
caracterizada por contraturas de várias articulações e rigidez de tecidos, a
pequena Luisa Hage ultrapassa as limitações impostas pela doença com disposição
transformada em arte. O desenvolvimento da habilidade da pintura durante o
tratamento já rendeu a ela, inclusive, uma exposição com todos os quadros
vendidos. "Ela tem autoestima muito boa. Ela diz que é linda, é muito para
frente, muito alegre, sempre para cima", comemora a avó Ivanete Vieira,
com quem Luisa mora no bairro de Boa Vista de São Caetano, em Salvador.
"Eu sou linda, eu sou artista", celebra a pequena pintora. Embora a
doença impossibilite que Luisa ande e que faça as pinturas com as próprias
mãos, ela não deixa de realizar qualquer atividade. Além de pintar, ela vai a
escola, desenha, brinca de boneca, se diverte com o tablet do avô, passa
maquiagem sozinha e, agora, quer ser bailarina. "Ela já me perguntou o que
tinha [a síndrome], por que tinha, mas eu expliquei e ela entendeu. Ela tem
muita facilidade em aprender tudo. Ela sabe número de celular de todo mundo de
casa, sabe o nome de 30 animais em inglês, das cores", conta orgulhosa a
avó.
(G1)