03 dezembro 2014

Em manifesto contra corrupção, OAB critica prisões para forçar confissão

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil considera “inadmissível que prisões provisórias se justifiquem para forçar a confissão de acusados”. Em manifesto contra a corrupção publicado nesta terça-feira (2/12), a autarquia afirmou que casos de desvio de dinheiro público devem ser investigados, mas "o combate à corrupção não legitima o atentado à liberdade". A declaração foi anunciada depois a revista Consultor Jurídico revelar uma série de pareceres do Ministério Público Federal defendendo o uso de prisões preventivas como forma de forçar réus da operação “lava jato” a colaborar com a investigação. Para a OAB, o parecer do MPF violou "princípios básicos" do Estado democrático de Direito. "Os postulados do devido processo legal, do direito de defesa e da presunção de inocência são valores que devem nortear a convivência civilizada em uma sociedade democrática, com a proteção do ser humano contra o uso arbitrário do poder", diz o manifesto. O documento aproveita para defender a reforma política no país e aponta caminhos para resolver o problema, como a proibição do financiamento de campanhas por parte de empresas e a regulamentação da chamada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013).
(Conjur)
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