Eu gostaria mesmo que cada criança
pudesse ter a possibilidade de conviver na escola com uma professora ou um
professor que seja mais do que um “funcionário“. Queria que fosse uma criatura
comprometida, guerreira, capaz de ensinar muito mais do que o be-a-bá. Uma
pessoa respeitada, amada e fundamental.
Mas os tempos mudaram. Os professores
são mal pagos, desrespeitados, vilipendiados, impedidos de conhecer seus
alunos, obrigados a atuar em duas ou três escolas para manterem suas próprias
famílias. Não podem comprar livros, nem ir ao cinema ou ao teatro. Tem sido peças do
sistema que oprime e espreme.
Por vezes são acossados por tropas de choque,
porque simplesmente querem o direito de ver respeitada a lei, a ética, o
exercício da profissão. Governos não tem correspondido. Mas esse homens e
mulheres que decidiram lutar pelo que lhes é direito estão dispostos a
enfrentar o descaso e a insensatez. E ao fazê-lo, estabelecem uma nova
pedagogia (paidós=criança, agogé=condução).
Não sabemos se a
greve acaba ou se continua. Na verdade, não importa. O que vale é que esse povo
está nos ensinando uma lição: que um valente não se entrega, não se acovarda.
Que quando a luta é justa, vale ser travada. Que se paga o preço pelo que é
direito.
Tenho certeza que, aconteça o que
acontecer, quando voltarem à sala de aula, chegarão de cabeça erguida e alma em
paz. Porque estão fazendo o que precisa ser feito.
Oferecer a possibilidade do saber, um
mundo grandioso e a sabedoria para o futuro dos pequenos, dos jovens e dos
adultos, não é coisa fácil. Mas esses professores e professoras de hoje encontrarão o caminho.
Vocês são gigantes!
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