Sob uma farda ou um distintivo, a lista de acusações é grande. Quatro policiais foram presos em Bauru ontem na Operação Papa, coordenada pelo Ministério Público do Estado (MPE) de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo Bauru, juntamente com as corregedorias das polícias Civil e Militar. Além de vazar informações, eles são acusados de tráfico e até de formação de milícia.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. De acordo com o Gaeco, trata-se de um policial civil e três militares. A Polícia Militar (PM) confirmou que os acusados trabalhavam em Bauru, contudo não informou sequer suas patentes. Já a Civil afirma que o envolvido atuava na região de Sorocaba, mas residia aqui. De acordo com o Gaeco, o grupo cobrava propina de comerciantes e contrabandistas em troca de proteção e informações privilegiadas.
As investigações apontam que eles vazavam informações sobre operações policiais que seriam realizadas na cidade. Assim, já avisados, os alvos conseguiam evitar as prisões e a apreensão de produtos de origem criminosa. Na operação ontem, foram localizadas drogas e munições de uso restrito com os militares. Com dois deles, estavam cerca de 20 papelotes de cocaína, tabletes e porções de maconha. Com o outro, a operação apreendeu munições de fuzil AR-15.
Já o policial civil estava com R$ 2,5 mil e ainda anotações da contabilidade do grupo. Ele, inclusive, já havia sido preso por tráfico internacional de armamentos no dia 29 de janeiro deste ano durante as investigações. Na ocasião, estava com mais de 200 munições de fuzil calibre .223, granadas e material para recarga de origem ilícita. Mesmo assim, ele havia sido solto. O Gaeco afirma que foram cinco meses de investigações conjuntas até a data de ontem. Em nota, afirma que todos os envolvidos estavam com as prisões preventivas decretadas.
Crimes
Todos os policiais foram incursos nos crimes de formação de milícia e corrupção. Além disso, respondem também por tráfico de drogas, posse de munição de uso restrito e ainda crimes militares de violação de sigilo funcional e outros. Os três policiais militares foram escoltados até o presídio Romão Gomes, na Capital. Já o destino do policial civil não foi divulgado.
O Gaeco ressalta que a ação conjunta com esta finalidade é uma das metas estabelecidas pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. O objetivo é a depuração interna das polícias no sentido de reprimir desvios de conduta, sendo que, de acordo com o grupo, ações da mesma natureza vêm ocorrendo em outras regiões do Estado.
(JCnet)
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