06 março 2013

Chávez era um homem fora do comum



O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta quarta-feira que o presidente venezuelano Hugo Chávez, morto nesta terça-feira (5), era um "homem fora do comum, que olhava para o futuro". "Era um homem fora do comum e forte, que olhava para o futuro e que sempre foi extremamente exigente consigo mesmo", escreveu Putin em um telegrama de condolências. Putin destacou que Chávez foi um "amigo próximo da Rússia", que permitiu estabelecer as "bases sólidas para uma associação Rússia-Venezuela, estabelecer contatos políticos ativos e lançar grandes projetos humanitários e econômicos" entre os dois países.

Putin pediu a Caracas a manutenção desta linha, "reforçando e desenvolvendo as relações entre Rússia e Venezuela", que assinaram vários acordos de energia e de armamento desde 2005. Em uma coincidência de datas, a morte de Chávez aconteceu no mesmo dia em que a Rússia recordava o 60º aniversário da morte do líder soviético Josef Stalin.

Centralizador, Chávez deixa país polarizado

Amado e odiado em igual medida, carismático e autoritário, Hugo Rafael Chávez Frías governou a Venezuela pelo voto por 14 anos. Entre os 45 presidentes da história republicana do país, só foi superado pelo ditador Juan Vicente Goméz, que ficou 27 anos no poder no início do século 20.

Tenente-coronel reformado que ascendeu depois de comandar uma tentativa de golpe de Estado contra o então presidente Carlos Andrés Pérez, em 1992, Chávez personificou a reação mais aguda na América Latina à década perdida (1980) e às receitas liberais para a recuperação econômica, nos 1990.

Seu governo forjou dois neologismos: chavismo, com forte intervenção do Estado na economia e sistema político plebiscitário - com pouco apreço por normas de equilíbrio democrático -; e bolivarianismo, fruto da apropriação da herança do libertador da América espanhola Simón Bolívar (1783-1830), significando nacionalismo, regionalismo e anti-imperialismo.

Jacobino, Chávez conduziu sua Revolução Bolivariana como se encarnasse a vontade geral. Centralizador, alijou do governo, por vezes em processos judiciais duvidosos, todos os que ameaçavam lhe fazer sombra, como seu ex-ministro da Defesa e antigo aliado Raúl Baduel.
(Folha)
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