07 março 2013

BAURU: Meningite já mata três vezes mais

Quioshi Goto
A cerimonialista Hindy Caló ficou cinco dias internada para se curar da doença

2013 mal começou e a meningite já preocupa Bauru. E não é pelo número de casos, mas pela letalidade da doença. Em dois meses, três pessoas já foram vítimas fatais da forma bacteriana da meningite. Para se ter uma ideia, em todo o ano passado, somente uma pessoa morreu por conta da enfermidade.

Proporcionalmente, os dados passados pela Secretaria de Saúde do município são ainda mais assustadores. Em 2012 inteiro, a cidade teve 99 casos confirmados de meningite, com apenas uma morte, o que dá uma taxa de letalidade de apenas 1%. Esse número sobe para 37,5% em 2013, quando foram oito casos e três mortes.

As vítimas fatais este ano são dois homens adultos e uma criança recém-nascida. Conforme informações do município, os homens tinham 61 e 24 anos e contraíram a meningite por pneumococo, bactéria que, quando acomete adultos, evolui de forma grave e rápida.

A criança também contraiu a doença por uma bactéria. A vítima, de apenas cinco dias de vida, teve a Pseudomonas sp. Trata-se de um agente oportunista que provoca a morte geralmente em hospedeiros suscetíveis.

Em 2013, foram apenas três casos virais e cinco bacterianos. “A forma bacteriana preocupa mais. É classificada geralmente entre grave e mais grave”, explica a infectologista Maristela Pastore.

A mais preocupante é a meningocócica, porém, a forma que matou os dois homens adultos também preocupa.  “A meningite por pneumococo preocupa justamente por ser transmissível. A vacina entrou recentemente no calendário. Mas adultos não tinham essa proteção. Por isso, estão no grupo de risco”.

Já a forma que atingiu o recém-nascido não é transmissível. “Não é comum ocorrer meningite por Pseudomona sp. O quadro dessa criança já não devia ser bom para esta evolução”, complementa a infectologista.

Apesar de o número de mortes em 2013 já ser três vezes maior que todo o ano passado, Pastore aponta que não é possível fazer prognósticos. “A doença é sazonal. Mesmo já havendo mais mortes, pode ser que pare por aí”.
(JCnet)
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