Um novo tipo de soja produzido aqui no Brasil por meio da
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária levou cientistas
americanos a ficarem mais próximos de uma possível vacina contra o HIV, vírus
que transmite a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a Aids. Ainda há muita
pesquisa pela frente, mas foi comprovado que uma proteína modificada dessa soja
tem a capacidade de evitar que o vírus se multiplique. A soja precisa ser
desenvolvida dentro de laboratório para que a proteína possa ser modificada da
forma como os cientistas precisam. Se trata de uma pesquisa inédita que já dura
cerca de 9 anos em uma parceria da Embrapa na parte de Genética com o Instituto
Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Essa proteína recebeu o nome de
Cianovirina, mas não era comum de ser encontrada, estando apenas em uma espécie
de alga marinha. Os pesquisadores, então, conseguiram extrair essa proteína da
alga e colocar na soja cuja a semente é cultivada em laboratório. O grande
feito é que a proteína acaba se unindo ao vírus do HIV e não deixando que o mesmo
se reproduza no corpo humano. Apesar de durarem quase uma década, ainda precisa
de mais um tempo para que pesquisadores consigam transformar isso em uma vacina
para a prevenção ou, quem sabe, em um medicamento que consiga impedir o avanço
da doença pelo corpo. Isso depende também do interesse que vem da indústria
farmacêutica. A ideia inicial dos pesquisadores é criar uma espécie de gel de
Cianovirina que consiga impedir a multiplicação do vírus. Antes que seja
disponibilizado para a comunidade é preciso que empresas do ramo farmacêutico
façam testes clínicos e mais pesquisas em relação aos seres humanos. Todo
medicamento também precisa passar pela fiscalização e autorização da Anvisa –
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Atualmente, mais de mais 700 mil
pessoas estão infectadas somente no Brasil, surgindo milhares de novos casos
todos os dias.
