30 janeiro 2012

Ataque de fúria pode ser sinal de transtorno explosivo intermitente


“Uma coisa é a agressividade premeditada. O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) é o ataque de fúria não premeditado e desproporcional ao que o desencadeia”, explica Liliana Seger, doutora em psicologia e coordenadora do Programa do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (Pro-AMITI) do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP. Segundo Liliana, que atende pacientes com TEI em grupos de até 15 pessoas, o trânsito é um dos maiores eliciadores de reações de agressividade.


“É a condição que mais vemos presente no dia a dia do nosso trânsito, que gera violência e agressões”, confirma Dirceu Rodrigues, diretor do departamento de medicina de tráfego da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).

Pavio curto
De acordo com a psicóloga, o paciente com TEI têm dificuldades em avaliar as consequências de seus atos. Em um ataque de fúria a pessoa pode ameaçar, xingar, fazer gestos obscenos ou até atirar objetos contra a parede, se envolver em brigas, provocar acidentes no trânsito e, em casos mais graves, até matar. O que difere o transtorno de outras condições é o impulso. “A pessoa age no impulso e após o ato, tem uma sensação de alívio e quando se acalma sente culpa e vergonha”.


Em algumas situações, os pacientes de TEI se mostram calmos, ponderados e serenos. “De repente, ao se sentirem ameaçados, enfrentados nas suas convicções ou rejeitados, explodem”. Suas ações geram muitas perdas, tanto profissionais como pessoais, e seus relacionamentos interpessoais ficam muito prejudicados. Após um tempo, muitos acabam ficando sozinhos, sem amigos ou parceiros, pois a convivência se torna difícil.


Causas incertas
As causas para a ocorrência do transtorno são várias. “Sabe-se que fatores biológicos, psíquicos, sociais e ambientais são desencadeantes desse transtorno”, diz Dirceu Rodrigues.

Por exemplo, pessoas que sofreram abusos, maus tratos na infância ou filhos de pais com o mesmo tipo de comportamento são mais prováveis de desenvolverem o TEI. “Em alguns casos, parece que o comportamento já se manifesta na infância, mas é mais comum na adolescência. Alguns estudos mostram que a partir dos 50 anos há um declínio”, completa Liliana.


O tratamento é feito com o psiquiatra e o psicólogo. Em alguns casos, é necessário o uso de medicação, neste caso anti-depressivos. Na psicoterapia, explica a psicóloga, eles aprendem a se posicionar, controlar a ansiedade e a agressividade.


Geralmente quem busca ajuda são os familiares. “Por este motivo é importante observar aquela pessoa chamada de “pavio curto”, avaliar se ela tem o transtorno para, assim, melhorar a sua qualidade de vida”,


(Fonte: Portal da Band)


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